quinta-feira, 8 de abril de 2010

O QUE É ARTE?

O QUE É ARTE?



O sentido da palavra "ARTE", assim como a classificação das atividades a ela ligadas , variou muito desde o início da Idade Média européia. Esta tinha herdado da Antiguidade a noção de artes liberais , atividades intelectuais opostas àquelas em que intervinham a mão e o material. Mesmo considerando os "ofícios" (métiers) como inferiores , reconheceu-se que existia uma arte (conjunto de meios adequados) para melhor exercê-los.
Por outro lado , alguns desses ofícios , que exigiam especulação intelectual, formaram, no séc.XVIII, o grupo das belas-artes : arquitetura , escultura , pintura , gravura , às quais se juntaram a música e a coreografia. Os que as praticavam , segundo um processo iniciado desde a Renascença e ampliado pelo academismo , passaram da situação de trabalhadores ou artesãos - frequentemente ligados a tarefas coletivas - à posição mais independente de artistas. Durante muito tempo ainda a sociedade exigiria dos artistas a prática de um ofício : as profissões artísticas seriam aquelas das artes decorativas ou aplicadas ; nas quais colaboravam arquitetos , pintores, escultores, etc.

Finalmente , diante de uma civilização industrial que pretendia garantir por si mesma a produção de bens materiais , segundo normas coletivas quase sempre opressoras , aquilo que tinha sido até então a exceção (o privilégio intelectual do qual gozava um Leonardo da Vinci) se tornou habitual no séc.XIX e, mais ainda, no séc.XX.

O "grande pintor ou escultor, assim como o poeta - a menos que sua própria solidão o transforme num artista "maldito" - , toma a si a missão de expressar, para além de qualquer finalidade utilitária, certas dimensões privilegiadas da existência. Tarefa que pode tornar-se pesada demais para inúmeros artistas que, embora talentosos, estão mais ligados à produção de "imagens decorativas" e de evasão, de acordo com o gosto médio da maioria do público consumidor, que não dispõe do lazer, da ocasião, do preparo ou da orientação necessários para desfrutar de uma aventura artística mais ambiciosa.

Esta nova maneira de ver a missão da arte (e não mais das artes) resulta da exigência de liberdade cada vez mais reclamada por artistas que se vêem como "criadores" ou "pesquisadores", diante da alienação sócio- econômica-cultural. Em lugar de perseguir a "beleza" e suas "regras", as vanguardas preferiram, de fato, em suas sucessivas oscilações, a busca de uma expressão tão autêntica quanto possível das pulsações do ser como ressonância de todas as coisas (do romantismo ao expressionismo e ao surrealismo), ou de uma especulação sobre todas as coisas e, principalmente, sobre a natureza mesma da arte (da abstração enquanto plástica pura às tendências conceituais, passando pela antiarte do dadaísmo).

Assim, a natureza da arte revela-se indefinível: atividade humana que percebemos como específica, mas cujos contornos se desmancham, assim como desaparecem as fronteiras entre disciplinas antes codificadas (pintura, escultura), e até mesmo, por vezes, a fronteira entre arte, escrita, ciências humanas, etc. A arte engajada, que utiliza os meios do realismo ou do simbolismo, raramente nos satisfaz, dividida que é entre uma "forma" e um "fundo" - dicotomia recusada também pelas mais altas formas de literatura.

No extremo oposto, a arte experimental, embora desejando colocar-se a serviço de todos, permanece hermética, e se vê (como a precedente) "recuperada" pelo esnobismo e pelo dinheiro, mostrando, quase sempre, apenas uma aparência de liberdade. Em ambos os casos, as experiências bem-sucedidas parecem ser a exceção, atingindo apenas alguns poucos amantes da arte, e revelando-se tão-somente no próprio processo da criação.

O novo campo de sensibilidade descoberto pelo artista perde frequentemente sua virtude ao ser repetido (ainda que pelo próprio autor); só pode servir como base para novas superações. Vista sob este ângulo extremo de profecia delirante ou questionadora, a arte é uma atividade absolutamente subversiva, exorbitante das normas servis da realidade vivida, mas cuja finalidade poderia ser a de participar de uma hipotética liberação da vida (único ideal humano verdadeiramente sério), até se fundir com ela.

RENASCIMENTO

Renascimento é o nome que se dá ao período que vai do século XV ao XVI. Fundamentado no conceito de que o homem é a medida de todas as coisas, significou um retorno às formas e proporções da antiguidade greco-romana. Este movimento artístico começou a se manifestar na Itália, mais precisamente em Florença, cidade que a essa altura já tinha se tornado um estado independente e um dos centros comerciais mais importantes do mundo.
Em poucos anos, o renascimento difundiu-se pelas demais cidades italianas (período conhecido como quattrocento), para se estender pouco a pouco, em fins do século XV, ao resto do continente europeu, no chamado cinquecento, ou renascimento clássico. As bases desse movimento eram proporcionadas por uma corrente filosófica reinante, o humanismo, que descartava a escolástica medieval, até então reinante, e propunha o retorno às virtudes da antiguidade.

Platão, Aristóteles, Virgílio, Sêneca e outros autores greco-romanos começam a ser traduzidos e rapidamente difundidos. Desse modo, o espírito da antiga filosofia clássica não leva muito tempo para inundar as cortes da nova aristocracia burguesa. O cavalheiro renascentista deve agora ser versado em todas as disciplinas artísticas e científicas, como recomenda um dos livros fundamentais da época, O Cortesão, de Baldassare Castiglione.

Imbuídas desse espírito, as famílias abastadas não hesitaram em atrair para seu mundo artistas de grande renome, aos quais deram seu apoio, tornando-se, afinal, seus mecenas. Músicos, poetas, filósofos, escultores, pintores, ourives e arquitetos saíram do anonimato imposto pelo período medieval e viram crescer seu nome e sua fama, juntamente com a de seus clientes. No norte da Europa, o pensamento humanista já tinha dado seus primeiros passos significativos.

Foi graças ao reformador Lutero e às universidades, por intermédio do estudo das ciências exatas e da filosofia, que se difundiram as idéias de seus pares italianos. Por volta do fim do século XV, chegava da Espanha a notícia do descobrimento de um novo continente, a América, fato que mudaria a fisionomia do mundo para sempre. O homem se distanciava assim, de modo definitivo, do período medieval para decididamente ingressar na modernidade.

A PINTURA RENASCENTISTA

Até o advento do renascimento, só era possível, na pintura, transpor para a tábua ou para a parede duas dimensões: comprimento e largura. Era impossível captar no plano a profundidade, a luz ou o volume. É por esse motivo que a perspectiva, tanto aqui quanto na arquitetura, passa a ser um elemento de fundamental importância. Graças e ela os pintores renascentistas conseguem criar o que até então era inconcebível: espaços reais sobre uma superfície plana.

As figuras, dispostas numa composição estritamente simétrica, a variação de cores frias e quentes e o manejo da luz permitem criar distâncias e volumes que parecem ser copiados da realidade. A reprodução da figura humana, a expressão de suas emoções e o movimento ocupam lugar igualmente preponderante. Os temas a representar continuam sendo de caráter estritamente religioso, mesmo que, agora, com a inclusão de um novo elemento...

... a burguesia, que queria ser protagonista da história do cristianismo. Não é de admirar, portanto, que as pessoas se façam retratar junto com a família numa cena do nascimento de Cristo, ou ajoelhadas ao pé da cruz, ao lado de Maria Madalena e da Virgem Maria. Até mesmo os representantes da Igreja se rendem a esse curioso costume. Muito diferentes no espírito, embora nem por isso menos valiosos, são os resultados obtidos paralelamente nos países do norte.

Os mestres de Flandres, deixando de lado as medições e a geometria e recorrendo à câmara escura, também conseguem criar espaços reais no plano, embora sem a precisão dos italianos. A ênfase é colocada na tinta (são eles os primeiros a utilizar o óleo) e na reprodução do natural de rostos, paisagens, fauna e flora, com um cuidado e uma exatidão assombrosos, o que acabou resultando naquilo a que se deu o nome de Janela para a Realidade.

A ESCULTURA RENASCENTISTA

Na escultura renascentista, desempenham um papel decisivo o estudo das proporções antigas e a inclusão da perspectiva geométrica. As figuras, até então relegadas ao plano de meros elementos decorativos da arquitetura, vão adquirindo pouco a pouco total independência. Já desvinculadas da parede, são colocadas em um nicho, para finalmente mostrarem-se livres, apoiadas numa base que permite sua observação de todos os ângulos possíveis.

O estudo das posturas corporais traz como resultado esculturas que se sustentam sobre as próprias pernas, num equilíbrio perfeito, graças à posição do compasso (ambas abertas) ou do contrapposto (uma perna na frente e a outra, ligeiramente para trás). As vestes reduzem-se à expressão mínima, e suas pregas são utilizadas apenas para acentuar o dinamismo, revelando uma figura humana de músculos levemente torneados e de proporções perfeitas.

Outro gênero dentro da escultura que também acaba sendo beneficiado pela aplicação dos conhecimentos da perspectiva é o baixo-relevo (escultura sobre o plano). Empregando uma técnica denominada schiacciato, Donatello posiciona suas figuras a distâncias precisas, de tal maneira que elas parecem vir de um espaço interno para a superfície, proporcionando uma ilusão de distância, algo inédito até então.

Desse modo, ao mesmo tempo que se torna totalmente independente da arquitetura, a escultura adquire importância e tamanho.

Reflexo disso são as primeiras estátuas eqüestres que dominam as praças italianas e os grandiosos monumentos funerários que coroam as igrejas. Pela primeira vez na história, sem necessidade de recorrer a desculpas que justificassem sua encomenda e execução, a arte adquire proporções sagradas.



A ARQUITETURA NO RENASCIMENTO
Os arquitetos do renascimento conseguiram, mediante a medição e o estudo de antigos templos e ruínas, assim como pela aplicação da perspectiva, chegar à conclusão de que uma obra arquitetônica completamente diferente da que se vira até então não era nada mais que pura geometria euclidiana. O módulo de construção utilizado era o quadrado, que aplicado ao plano e ao espaço deu às novas edificações proporções totalmente harmônicas.

As ordens gregas de colunas substituíram os intermináveis pilares medievais e se impuseram no levantamento das paredes e na sustentação das abóbadas e cúpulas. São três as ordens mais utilizadas: a dórica, a jônica e a coríntia, originadas do classicismo grego. A aplicação dessas ordens não é arbitrária. Elas representam as tão almejadas proporções humanas: a base é o pé, a coluna, o corpo, e o capitel, a cabeça.

As primeiras igrejas do renascimento mantêm a forma da cruz latina, o que resulta num espaço visivelmente mais longo do que largo. Entretanto, para os teóricos da época, a forma ideal é representada pelo plano centralizado, ou a cruz grega, mais freqüente nas igrejas do renascimento clássico. As obras da arquitetura profana, os palácios particulares ou comunais, também foram construídas com base no quadrado.

Vistos de fora, esses palácios se apresentam como cubos sólidos, de tendência horizontal e com não mais de três andares, articulados tanto externa quanto internamente por colunas e pilares. Um pátio central, quadrangular, tem a função de fazer chegar a luz às janelas internas. A parede externa costuma receber um tratamento rústico, sendo a almofadilha mais leve nos andares superiores

A ordem das colunas varia de um andar para outro e costuma ser a seguinte: no andar térreo, a ordem toscana, uma variante da arquitetura romana, no pavimento principal, a jônica, e no superior, a coríntia. A divisão entre um nível e outro é feita por diferentes molduras e uma cornija que se estende por todo o piso de cada andar, exatamente abaixo das janelas. Têm geralmente forma retangular e são coroadas por uma finalização em arco ou triângulo.

ARTE GREGA

Os gregos foram os primeiros artistas realistas da história, ou seja, os primeiros a se preocupar em representar a natureza tal qual ela é. Para fazerem isso, foi fundamental o estudo das proporções, em cuja base se encontra a consagrada máxima segundo a qual o homem é a medida de todas as coisas. Podem-se distinguir quatro grandes períodos na evolução da arte grega: o geométrico (séculos IX e VIII a.C.), o arcaico (VII e VI a.C.), o clássico (V e IV a.C.) e o helenístico (do século III ao I a.C.).
No chamado período geométrico, a arte se restringiu à decoração de variados utensílios e ânforas. Esses objetos eram pintados com motivos circulares e semicirculares, dispostos simetricamente. A técnica aplicada nesse trabalho foi herdada das culturas cretense e micênica. Passado muito tempo, a partir do século VII a.C., durante o denominado período arcaico, a arquitetura e a escultura experimentaram um notável desenvolvimento graças à influência dessas e outras culturas mediterrâneas.

Também pesaram o estudo e a medição do antigo megaron, sala central dos palácios de Micenas a partir da qual concretizaram os estilos arquitetônicos do que seria o tradicional templo grego. Entre os séculos V e IV a.C., a arte grega consolida suas formas definitivas. Na escultura, somou-se ao naturalismo e à proporção das figuras o conceito de dinamismo refletido nas estátuas de atletas como o Discóbolo de Miron e o Doríforo de Policleto.

Na arquitetura, em contrapartida, o aperfeiçoamento da óptica (perspectiva) e a fusão equilibrada do estilo jônico e dórico trouxe como resultado o Partenon de Atenas, modelo clássico por excelência da arquitetura dessa época.No século III, durante o período helenístico, a cultura grega se difunde, principalmente graças às conquistas e expansão de Alexandre Magno, por toda a bacia do Mediterrâneo e Ásia Menor.

PINTURA NA ARTE GREGA

Para falar da pintura grega é necessário fazer referência à cerâmica, já que foi precisamente na decoração de ânforas, pratos e utensílios, cuja comercialização era um negócio muito produtivo na antiga Grécia, que a arte da pintura pôde se desenvolver. No começo, os desenhos eram simplesmente formas geométricas elementares - de onde se originou a denominação de geométrico conferida a esse primeiro período (séculos IX e VIII a.C.) - que mal se destacavam na superfície.

Com o passar do tempo, elas foram gradativamente se enriquecendo, até adquirir volume. Surgiram então os primeiros desenhos de plantas e animais guarnecidos por adornos chamados de meandros. Numa etapa próxima, já no período arcaico (séculos VII e VI a.C.), começou a ser incluída nos desenhos a figura humana, que apresentava um grafismo muito estilizado. E, com o aparecimento de novas tendências naturalistas, ela passou a ser cada vez mais utilizada nas representações mitológicas, o que veio a aumentar sua importância.

As cenas eram apresentadas em faixas horizontais paralelas que podiam ser visualizadas ao se girar a peça de cerâmica. Com a substituição do cinzel pelo pincel, os traçados se tornaram mais precisos e ricos em detalhes. As peças de cerâmica pintadas começam a experimentar uma perceptível decadência durante o classicismo (séculos IV e V a.C.). No entanto, passado um bom tempo, elas acabaram ressurgindo triunfantes no período helenístico (século III), totalmente renovadas, cheias de cor e ricamente decoradas.



ESCULTURA NA ARTE GREGA

As primeiras esculturas gregas (século IX a.C.) não passavam de pequenas figuras humanas feitas de materiais muito brandos e fáceis de manipular, como a argila, o marfim ou a cera. Essa condição só se alterou no período arcaico (séculos VII e VI a.C.), quando os gregos começaram a trabalhar a pedra. Os motivos mais comuns das primeiras obras eram simples estátuas de rapazes (kouros) e moças (korés). As figuras esculpidas apresentavam formas lisas e arredondadas e plasmavam na pedra uma beleza ideal.

Essas figuras humanas guardavam uma grande semelhança com as esculturas egípcias, as quais, obviamente, lhes haviam servido de modelo. Com o advento do classicismo (séculos V e IV a.C.), a estatuária grega foi assumindo um caráter próprio e acabou abandonando definitivamente os padrões orientais. Foi o consciencioso estudo das proporções que veio oferecer a possibilidade de se copiar fielmente a anatomia humana, e com isso os rostos obtiveram um ganho considerável em expressividade e realismo.

Mais tarde introduziu-se o conceito de contrapposto - posição na qual a escultura se apoiava totalmente numa perna, deixando a outra livre, e o princípio do dinamismo tomou forma nas representações de atletas em plena ação. Entre os grandes artistas do classicismo estão: Policleto, Miron, Praxíteles e Fídias. Contudo, não se pode tampouco deixar de mencionar Lisipo, que, nas suas tentativas de plasmar as verdadeiras feições do rosto, conseguiu acrescentar uma inovação a esta arte, criando os primeiros retratos.

Durante o período helênico (século III a.C.), verificou-se uma ênfase nas formas herdadas do classicismo, e elas foram se sofisticando. O resultado disso foi o surgimento de obras de inigualável monumentalidade e beleza, como O Colosso de Rodes, de trinta e dois metros de altura. É interessante esclarecer que, tanto por sua função religiosa quanto pela sua importância como elemento decorativo, a escultura estava estreitamente ligada à arquitetura. Isso se evidencia nas estátuas trabalhadas nas fachadas, colunas e interiores dos templos.

ARQUITETURA NA ARTE GREGA

Não resta dúvida de que o templo foi um dos legados mais importantes da arte grega ao Ocidente. Suas origens devem ser procuradas no megaron micênico. Este aposento, de morfologia bastante simples, apesar de ser a acomodação principal do palácio do governante, nada mais era do que uma sala retangular, à qual se tinha acesso através de um pequeno pórtico (pronaos), e quatro colunas que sustentavam um teto parecido com o atual telhado de duas águas. No princípio, esse foi o esquema que marcou os cânones da edificação grega.

Foi a partir do aperfeiçoamento dessa forma básica que se configurou o templo grego tal como o conhecemos hoje.No princípio, os materiais utilizados eram o adobe - para as paredes - e a madeira - para as colunas. Mas, a partir do século VII a.C. (período arcaico), eles foram caindo em desuso, sendo substituídos pela pedra. Essa inovação permitiu que fosse acrescentada uma nova fileira de colunas na parte externa (peristilo) da edificação, fazendo com que o templo obtivesse um ganho no que toca à monumentalidade.

Surgiram então os primeiros estilos arquitetônicos: o dórico, ao sul, nas costas do Peloponeso, e o jônico, a leste. Os templos dóricos eram em geral baixos e maciços. As grossas colunas que lhes davam sustentação não dispunham de base, e o fuste tinha forma acanelada. O capitel, em geral muito simples, terminava numa moldura convexa chamada de eqüino. As colunas davam suporte a um entablamento (sistema de cornijas) formado por uma arquitrave (parte inferior) e um friso de tríglifos (decoração acanelada) entremeado de métopas.

A construção jônica, de dimensões maiores, se apoiava numa fileira dupla de colunas, um pouco mais estilizadas, e apresentava igualmente um fuste acanelado e uma base sólida. O capitel culminava em duas colunas graciosas, e os frisos eram decorados em altos-relevos. Mais adiante, no período clássico (séculos V e IV a.C.), a arquitetura grega atingiu seu ponto máximo. Aos dois estilos já conhecidos veio se somar um outro, o coríntio, que se caracterizava por um capitel típico cuja extremidade era decorada por folhas de acanto.

As formas foram se estilizando ainda mais e acrescentou-se uma terceira fileira de colunas. O Partenon de Atenas é a mais evidente ilustração desse brilhante período arquitetônico grego.Na época da hegemonia helenística (séculoIII a.C.), a construção, que conservou as formas básicas do período clássico, alcançou o ponto máximo de suntuosidade. As colunas de capitéis ricamente decorados sustentavam frisos trabalhados em relevo, exibindo uma elegância e um trabalho dificilmente superáveis.

Arte Egípcia

A arte Egípcia surgiu a mais de 3000 anos A.C., mas é entre 1560 e 1309 A.C. que a pintura Egípcia se destaca em procurar refletir os movimentos dos corpos e por apresentar preocupação com a delicadeza das formas.

O local a ser trabalhado primeiramente recebia um revestimento de gesso branco e em seguida se aplicava a tinta sobre gesso. Essa tinta era uma espécie de cola produzida com cores minerais.

Os egípcios ao esculpir e pintar tinham o propósito de relatar os acontecimentos de sua época, as histórias dos Faraós, deuses e do seu povo em menor escala, já que as pessoas não podiam ser representadas ao lado de deuses e nem dentro de templos. Provavelmente eles não tiveram a intenção de nos deixar a "arte" de seus criadores.

O tamanho das pessoas e objetos não caracterizavam necessariamente a distância um do outro e sim a importância do objeto, o poder e o nível social.

Os valores dos egípcios eram eternos e estáveis. Suas leis perduraram cerca de 6.000 anos. O Faraó representava os homens junto aos deuses e os deuses junto aos homens, assim como era responsável pelo bem-estar do povo, sendo considerado também como um próprio Deus.

Arte e arquitetura
do Egito, edifícios, pinturas, esculturas e artes aplicadas do antigo Egito, da pré-história à conquista romana no ano 30 a.C. A história do Egito foi a mais longa de todas as civilizações antigas que floresceram em torno do Mediterrâneo, estendendo-se, quase sem interrupção, desde aproximadamente o ano 3000 a.C. até o século IV d.C.

A natureza do país
— desenvolvido em torno do Nilo, que o banha e fertiliza, em quase total isolamento de influências culturais exteriores — produziu um estilo artístico que mal sofreu mudanças ao longo de seus mais de 3.000 anos de história. Todas as manifestações artísticas estiveram, basicamente, a serviço do estado, da religião e do faraó, considerado como um deus sobre a terra. Desde os primeiros tempos, a crença numa vida depois da morte ditou a norma de enterrar os corpos com seus melhores pertences, para assegurar seu trânsito na eternidade.

A regularidade dos ciclos naturais, o crescimento e a inundação anual do rio Nilo, a sucessão das estações e o curso solar que provocava o dia e a noite foram considerados como presentes dos deuses às pessoas do Egito. O pensamento, a cultura e a moral egípicios eram baseados num profundo respeito pela ordem e pelo equilíbrio. A arte pretendia ser útil: não se falava em peças ou em obras belas, e sim em eficazes ou eficientes.

O intercâmbio cultural e a novidade nunca foram considerados como algo importante por si mesmos. Assim, as convenções e o estilo representativos da arte egípcia, estabelecidos desde o primeiro momento, continuaram praticamente imutáveis através dos tempos. Para o espectador contemporâneo a linguagem artística pode parecer rígida e estática. Sua intenção fundamental, sem dúvida, não foi a de criar uma imagem real das coisas tal como apareciam, mas sim captar para a eternidade a essência do objeto, da pessoa ou do animal representado.

Período pré-dinástico

Os primeiros povoadores pré-históricos assentaram-se sobre as terras ou planaltos formados pelos sedimentos que o rio Nilo havia depositado em seu curso. Os objetos e ferramentas deixados pelos primeiros habitantes do Egito mostram sua paulatina transformação de uma sociedade de caçadores-catadores seminômades em agricultores sedentários. O período pré-dinástico abrange de 4000 a.C. a 3100 a.C., aproximadamente.

Antigo Império
Durante as primeiras dinastias, construíram-se importantes complexos funerários para os faraós em Abidos e Sakkara. Os hieróglifos (escrita figurativa), forma de escrever a língua egípcia, encontravam-se então em seu primeiro nível de evolução e já mostravam seu caráter de algo vivo, como o resto da decoração.

Na III dinastia, a capital mudou-se para Mênfis e os faraós iniciaram a construção de pirâmides, que substituíram as mastabas como tumbas reais. O arquiteto, cientista e pensador Imhotep construiu para o faraó Zoser (c. 2737-2717 a.C.) uma pirâmide em degraus de pedra e um grupo de templos, altares e dependências afins. Deste período é o famoso conjunto monumental de Gizé, onde se encontram as pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos.

A escultura caracterizava-se pelo estilo hierático, a rigidez, as formas cúbicas e a frontalidade. Primeiro, talhava-se um bloco de pedra de forma retangular; depois, desenhava-se na frente e nas laterais da pedra a figura ou objeto a ser representado. Destaca-se, dessa época, a estátua rígida do faraó Quéfren (c. 2530 a.C.).

A escultura em relevo servia a dois propósitos fundamentais: glorificar o faraó (feita nos muros dos templos) e preparar o espírito em seu caminho até a eternidade (feita nas tumbas).

Na cerâmica, as peças ricamente decoradas do período pré-dinástico foram substituídas por belas peças não decoradas, de superfície polida e com uma grande variedade de formas e modelos, destinadas a servir de objetos de uso cotidiano. Já as jóias eram feitas em ouro e pedras semipreciosas, incorporando formas e desenhos, de animais e de vegetais.

Ao finalizar a VI dinastia, o poder central do Egito havia diminuído e os governantes locais decidiram fazer as tumbas em suas próprias províncias, em lugar de serem enterrados perto das necrópoles dos faraós a quem serviam. Desta dinastia data a estátua em metal mais antiga que se conhece no Egito: uma imagem em cobre (c. 2300 a.C.) de Pepi I (c. 2395-2360 a.C.).

Médio Império
Mentuhotep II, faraó da XI dinastia, foi o primeiro faraó do novo Egito unificado do Médio Império (2134-1784 a.C.). Criou um novo estilo ou uma nova tipologia de monumento funerário, provavelmente inspirado nos conjuntos funerários do Antigo Império. Na margem oeste do Tebas, até o outro lado do Nilo, no lugar denominado de Deir el Bahari, construiu-se um templo no vale ligado por um longo caminho real a outro templo que se encontrava instalado na encosta da montanha. Formado por uma mastaba coroada por uma pirâmide e rodeado de pórticos em dois níveis, os muros foram decorados com relevos do faraó em companhia dos deuses.

A escultura do Médio Império se caracterizava pela tendência ao realismo. Destacam-se os retratos de faraós como Amenemés III e Sesóstris III.

O costume entre os nobres de serem enterrados em tumbas construídas em seus próprios centros de influência, em vez de na capital, manteve-se vigente. Ainda que muitas delas estivessem decoradas com relevos, como as tumbas de Asuán, no sul, outras, como as de Beni Hassan e El Bersha, no Médio Egito, foram decoradas exclusivamente com pinturas. A pintura também decorava os sarcófagos retangulares de madeira, típicos deste período. Os desenhos eram muito lineares e mostravam grande minúcia nos detalhes.

No Médio Império, também foram produzidos magníficos trabalhos de arte decorativa, particularmente jóias feitas em metais preciosos com incrustação de pedras coloridas. Neste período aparece a técnica do granulado e o barro vidrado alcançou grande importância para a elaboração de amuletos e pequenas figuras.

Novo Império
O Novo Império (1570-1070 a.C.) começou com a XVIII dinastia e foi uma época de grande poder, riqueza e influência. Quase todos os faraós deste período preocuparam-se em ampliar o conjunto de templos de Karnak, centro de culto a Amon, que se converteu, assim, num dos mais impressionantes complexos religiosos da história. Próximo a este conjunto, destaca-se também o templo de Luxor.

Do Novo Império, também se destaca o insólito templo da rainha Hatshepsut, em Deir el Bahari, levantado pelo arquiteto Senemut (morto no ano de 1428 a.C.) e situado diante dos alcantilados do rio Nilo, junto ao templo de Mentuhotep II.

Durante a XIX Dinastia, na época de Ramsés II, um dos mais importantes faraós do Novo Império, foram construídos os gigantescos templos de Abu Simbel, na Núbia, ao sul do Egito.

A escultura, naquele momento, alcançou uma nova dimensão e surgiu um estilo cortesão, no qual se combinavam perfeitamente a elegância e a cuidadosa atenção aos detalhes mais delicados. Tal estilo alcançaria a maturidade nos tempos de Amenófis III.

A arte na época de Akhenaton refletia a revolução religiosa promovida pelo faraó, que adorava Aton, deus solar, e projetou uma linha artística orientada nesta nova direção, eliminando a imobilidade tradicional da arte egípcia. Deste período, destaca-se o busto da rainha Nefertiti (c. 1365 a.C.).

A pintura predominou então na decoração das tumbas privadas. A necrópole de Tebas é uma rica fonte de informação sobre a lenta evolução da tradição artística, assim como de excelentes ilustrações da vida naquela época.

Durante o Novo Império, a arte decorativa, a pintura e a escultura alcançaram as mais elevadas etapas de perfeição e beleza. Os objetos de uso cotidiano, utilizados pela corte real e a nobreza, foram maravilhosamente desenhados e elaborados com grande destreza técnica. Não há melhor exemplo para ilustrar esta afirmação do que o enxoval funerário da tumba (descoberta em 1922) de Tutankhamen.

Época tardia
Em Madinat Habu, perto de Tebas, na margem ocidental do Nilo, Ramsés III, o último da poderosa saga de faraós da XX dinastia, levantou um enorme templo funerário (1198-1167 a.C.), cujos restos são os mais conservados na atualidade.

O rei assírio Assurbanipal conquistou o Egito, convertendo-o em província assíria até que Psamético I (664-610 a.C.) libertou o país da dominação e criou uma nova dinastia, a XXVI, denominada saíta. Desse período, destacam-se os trabalhos de escultura em bronze, de grande suavidade e brandura na modelagem, com tendência a formas torneadas. Os egípcios tiveram então contato com os gregos, alguns dos quais haviam servido em seu exército como mercenários, e

também com os judeus, através de uma colônia que estes tinham no sul, perto de Asuán.

A conquista do país por Alexandre Magno, em 332 a.C., e pelos romanos, no ano 30 a.C., introduziu o Egito na esfera do mundo clássico, embora persistissem suas antigas tradições artísticas. Alexandre (fundador da cidade de Alexandria, que se converteu num importante foco da cultura helenística) e seus sucessores aparecem representados em relevo nos muros dos templos como se fossem autênticos faraós — e num claro estilo egípcio, e não clássico. Os templos construídos durante o período ptolomaico (helênico) repetem os modelos arquitetônicos tradicionais do Egito.

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FONTE: JORNAL A TARDE

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Mosaico

MOSAICO
Partidários de um profundo respeito pelo ambiente arquitetônico, adotando soluções de clara matriz decorativa, os masaístas chegaram a resultados onde existe uma certa parte de estudo direto da natureza. As cores vivas e a possibilidade de colocação sobre qualquer superfície e a duração dos materiais levaram a que os mosaicos viessem a prevalecar sobre a pintura. Nos séculos seguintes, tornar-se-ão essenciais para medir a ampliação das primeiras igrejas cristãs.



Escultura Romana

ESCULTURA

Os romanos eram grandes admiradores da arte grega, mas por temperamento, eram muito diferentes dos gregos. Por serem realistas e práticos, suas esculturas são uma representação fiel das pessoas e não a de um ideal de beleza humana, como fizeram os gregos. Retratavam os imperadores e os homens da sociedade.
Mais realista que idealista, a estatuária romana teve seu maior êxito nos retratos.

Com a invasão dos bárbaros as preocupações com as artes diminuíram e poucos monumentos foram realizados pelo Estado. Era o começo da decadência do Império Romano que, no séc. V - precisamente no ano de 476 - perde o domínio do seu vasto território do Ocidente para os invasores germânicos.



Pintura Romana

PINTURA

O Mosaico foi muito utilizado na decoração dos muros e pisos da arquitetura em geral.
A maior parte das pinturas romanas que conhecemos hoje provém das cidades de Pompéia e Herculano, que foram soterradas pela erupção do Vesúvio em 79 a.C. Os estudiosos da pintura existente em Pompéia classificam a decoração das paredes internas dos edifícios em quatro estilos.

Primeiro estilo: recobrir as paredes de uma sala com uma camada de gesso pintado; que dava impressão de placas de mármore.

Segundo estilo: Os artistas começaram então a pintar painéis que criavam a ilusão de janelas abertas por onde eram vistas paisagens com animais, aves e pessoas, formando um grande mural.
Terceiro estilo: representações fiéis da realidade e valorizou a delicadeza dos pequenos detalhes.

Quarto estilo: um painel de fundo vermelho, tendo ao centro uma pintura, geralmente cópia de obra grega, imitando um cenário teatral.